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Da Redação
Brasília – O presidente da Comissão Vitivinícola Regional Alentejana (CVRA), Frederico Falcão, espera que com a entrada em vigor do Acordo União Europeia-Mercosul seja implementada de forma imediata e não progressiva a redução das tarifas que hoje incidem sobre as exportações de vinhos portugueses para os países do Mercosul e em especial do Brasil, principal destino das vendas portuguesas e especialmente dos vinhos do Alentejo.
Além das altas tarifas, os vinhos portugueses enfrentam outros problemas de acesso ao mercado brasileiro, um elevado número de exigências documentais e analíticas, que dificultam o processo de exportação/importação, tornando-o lento e caro.
Segundo Frederico Falcão, “em nosso entendimento, os aspectos que consideramos mais relevantes e as nossas expectativas são de que o Acordo resulte numa aceitação recíproca das condições e dos padrões em vigor nos dois blocos econômicos e a redução nas tarifas que são aplicadas à importação”.
Para o presidente da CVRA, “no que diz respeito à reciprocidade, gostaríamos que o efeito fosse imediato. Ou seja, que o Mercosul e o Brasil aceitem a importação com base na documentação e certificados que são utilizados normalmente no comércio internacional. Não faz sentido que a Comissão Vitivinícola Regional Alentejana emita um certificado de origem que é aceito na União Europeia mas não no Brasil. Do mesmo modo, não faria sentido que as empresas brasileiras tivessem de apresentar um certificado específico para Portugal e outro para a Espanha”,
Quanto à redução das tarifas, Frederico Falcão afirma que “a expectativa é de que ela seja imediata e não de forma escalonada. Isto é, que a redução seja implementada de uma só vez e não ao longo de um período de anos. Além disso, obviamente, o ideal era que as tarifas passassem a 0%. Mas sabemos que essa parte dos acordos é uma das mais complexas”.
Falando especificamente sobre as exportações dos vinhos do Alentejo, o presidente da CVRA destacou que o Brasil é o principal país de destino do produto e em 2019 as exportações para o mercado brasileiro totalizaram pouco mais de US$ 12 milhões, mais que o dobro das vendas para o segundo país, a Suíça, com um total de US$ 5,1 milhões. Outros importantes países importadores dos vinhos do Alentejo são Angola (US$ 4,9 milhões), Estados Unidos (US$ 4,7 milhões), França (US$ 3,3 milhões), Bélgica (US$ 2,7 milhões) e Alemanha US$ 1,8 milhão). Os dados são do Instituto Nacional de Estatísticas de Portugal, relativos a 2019.
No primeiro semestre deste ano, as exportações para o Brasil registraram uma alta de 7% em volume, aumento considerado “muito positivo” por Frederico Falcão por se registrar em um cenário de pandemia causado pela Covid-19. Antes da pandemia, as exportações para o mercado brasileiro cresciam a um ritmo bem mais acelerado, da ordem de 23%, mas o segundo trimestre houve uma contração de 8%.
Frederico Falcão disse ainda que o anúncio da CVRA da atribuição de certificados de produção sustentável, com a criação de um selo inédito no setor deverá contribuir para a melhoria constante dos produtores aderentes e, consequentemente, ajudar no aumento das exportações dos vinhos da região.
Na opinião dele “o novo selo identifica os produtores que cumprem critérios de produção sustentável, que engloba as vertentes econômica, ambiental e social em que o Programa de Sustentabilidade dos Vinhos o Alentejo se foca, para a melhoria constante dos produtores que participam do Programa. É, portanto, uma garantia quanto à forma responsável de estar no setor e no mundo, que o consumidor valoriza cada vez mais. Claro que a velocidade como estas preocupações evoluem varia de país para país, mas acreditamos que o consumidor brasileiro, que se revela cada vez mais conhecedor de vinhos, já valoriza a qualidade dos vinhos do Alentejo e passará também a valorizar a certificação de Produção Sustentável”
O presidente Frederico Falcão disse que a CVRA já fez uma apresentação sobre Sustentabilidade do Alentejo no mercado dos Estados Unidos e o Brasil será outro dos mercados onde essa iniciativa será replicada.
Em 2019, antes da pandemia de Covid-19, a CVRA realizou nove ações direcionadas para o Brasil, e o país foi, juntamente com os Estados Unidos, o foco principal da atividade promocional da Comissão. Este ano, devido à pandemia, a programação está sendo “necessariamente diferente”, conforme diz Frederico Falcão: “vamos privilegiar as atividades online, pois consideram essencial manter o distanciamento social”.
Dessa forma, será mantido o Concurso de Melhor Sommelier no Brasil, em sua versão online, e também terá sequência o trabalho contínuo de Relações Públicas com os meios de comunicação e a participação no evento “Vinhos de Portugal”, organizado pelos jornais O Globo, Valor Econômico e Público (de Portugal) e a ViniPortugal. O evento acontecerá de 23 a 25 de outubro.
Fonte:
https://www.comexdobrasil.com/cvra-defende-reducao-imediata-de-tarifas-com-a-entrada-em-vigor-do-acordo-ue-mercosul/