Saquarema é uma cidade turística da Região dos Lagos, área muito badalada do Estado do Rio. No dia 2 de abril, numa medida para conter o avanço da covid-19, a prefeitura local decretou algumas medidas de restrição, estendidas até 30 de maio, entre as quais a do acesso de veranistas ao município. Em seu site oficial, há até um recado curto a quem desconhece ou simplesmente não quer cumprir as regras – e que vale também para turistas. “Pedimos respeito! Neste momento, não nos visite!”
Dias depois, Trajano de Moraes, outra cidade fluminense, mais ao norte, também entrou na campanha e passou a combater a chegada dos que moram fora e têm casa na região.
A prefeitura de Trajano de Moraes não baixou nenhum decreto, mas tem patrocinado carros de som que circulam pelas ruas da cidade deixando claro que os veranistas não são bem aceitos nesse período de propagação do coronavírus. As mensagens são bem enfáticas e com volume alto: “Você que não reside em Trajano, você não é bem vindo! Fique em seu domicílio. Não venha para cá trazer a doença! Você pode nos matar!”
Talvez a iniciativa em Trajano tenha surtido algum efeito: o município é o único dos 92 do Estado sem qualquer caso de covid-19 registrado até esta terça-feira (26).
No rastro dessas iniciativas, Angra dos Reis, no litoral sul, decretou no sábado (23) “a vedação” de acesso a todo território do município para não residentes. A exceção é para quem exerce atividades essenciais no município.
Entre os moradores dessas cidades mais afastadas da capital carioca, existe o temor de que infectados pela covid-19 resolvam fazer a quarentena nesses locais. Por grupos de redes sociais, é fácil notar a cobrança deles para que suas respectivas prefeituras também atuem com rigor em casos similares.
Em Paraty, balneário de forte apelo turístico, também
no litoral sul, veículos que não sejam comprovadamente dali são proibidos de entrar. Moradores denunciam, no entanto, que carros particulares, com placas de Paraty, ficam um pouco distantes das barreiras policiais para pegar seus visitantes na Rodovia Rio-Santos e assim driblar a vigilância.
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Fonte: Silvio Alves Barsetti